domingo, 24 de junho de 2012

Candidíase - Sintomas e Tratamento

Candidíase é o nome que se dá a infecção fúngica (micose) causada pelas espécies de Candida. O acometimento mais conhecido é a infecção vaginal, chamada de vulvovaginite por cândida.

A espécie mais comum do fungo Candida é a Candida albicans, considerado um membro normal da flora gastrointestinal e geniturinário dos humanos. A maioria das pessoas são colonizadas por Candida e nenhum sintoma apresentam. Porém, qualquer desequilíbrio na flora local ou no estado imunológico do paciente pode levar esse fungo a se proliferar e invadir tecidos, causando assim a candidíase. Portanto, ter Candida é diferente de ter candidíase, a doença causada pelo fungo Candida. Até 50% das pessoas saudáveis têm o fungo Candida na cavidade oral.

Para reforçar o conceito podemos comparar a colonização da vagina por Candida com a colonização da pele por bactérias. Todo mundo consegue entender que o fato de temos milhões e milhões de bactérias na nossa pele não significa que tenhamos doença. Para ter doença não basta ter os germes, é preciso que eles ataquem o nosso organismo. A Candida albicans é um germe oportunista, pois vive silenciosamente em nosso corpo durante anos somente à espera de uma queda no nosso sistema imune para nos atacar.

Candidíase oral
Candidíase oral
Mas a candidíase não surge somente em pessoas com sistema imune fraco. Outros fatores podem levar ao aparecimento da mesma. Em pessoas com sistema imune normal, alterações na flora natural como no caso do uso de antibióticos, que matam bactérias e reduzem a competição por alimento, podem provocar um aumento da população de fungos, levando a infecções localizadas como a candidíase vaginal.

A candidíase oral, conhecida como sapinho, também pode ocorrer em pessoas imunocompetentes (com sistema imune normal), principalmente em crianças pequenas.

Porém, nestes casos a candidíase é restrita e provoca poucos sintomas. Quando a candidíase oral é mais severa como na candidíase oral da foto ao lado, nos leva a pensar em um estado de imunossupressão (baixa do sistema imune).

Doentes imunossuprimidos como nos casos de SIDA (AIDS)
, quimioterapia, transplantados, uso crônico de corticoides, doentes graves internados em CTIs e submetidos a longos cursos de antibióticos etc..., podem apresentar infecção fúngica generalizada, chamada de candidemia.

Nos pacientes imunossuprimidos a cândida pode causar, por exemplo:

- Pneumonia
- Endocardite (infecção das válvulas do coração)
- Meningite

- Infecção urinaria

- Esofagite (infecção do esôfago) - Foto ao lado
- Peritonite
- Artrite infecciosa
Mais dos 90% dos pacientes HIV positivo com critérios para SIDA (AIDS) e sem tratamento, possuem alguma infeção por Candida , normalmente oral e de esôfago.

Feitas as devidas explicações, voltemos aos pacientes imunocompetentes (sem alterações do sistema imunológico).

Candidíase vaginal 

Aos 25 anos de idade metade das mulheres já apresentaram pelo menos 1 episódio de vaginite por cândida. A infecção é comum em mulheres em idade fértil, tornando-se menos frequente após a menopausa. A Candida albicans é responsável por até 90% dos casos de candidíase vaginal.

A candidíase é comum, mas alguns fatores favorecem seu aparecimento:

a.) Uso de antibióticos
Pelo menos 1/3 dos casos de candidíase vaginal ocorrem após um curso de antibiótico, em geral, de amplo espectro.

b.) Diabetes  
diabetes é um conhecido fator de risco para candidíase, principalmente se a glicemia (taxa de glicose) não estiver sendo bem controlada.

c.) Níveis elevados de estrogênio
Uso de anticoncepcionais com doses elevadas de estrogênio, reposição hormonal e gravidez favorecem o aparecimento da candidíase vaginal. Como já mencionado, a incidência de candidíase cai após a menopausa.

d.) Comportamento sexual.
A candidíase não é uma doença sexualmente transmissível uma vez que o fungo já se encontra presente no nosso corpo. Além disso, virgens e freiras também apresentam candidíase. Porém, mulheres sexualmente ativas apresentam uma incidência maior.

e.) Genética
Algumas mulheres apresentam alterações genéticas e na mucosa vaginal que predispõem a infecção fúngica independente de outros fatores de risco. Algumas mulheres têm Candida sem nenhum motivo aparente.

f.) Imunossupressão
Como já explicado anteriormente, a imunossupressão favorece não só a candidíase vaginal, como também a candidíase em outros órgãos do corpo. O uso de drogas imunossupressoras como os corticoides é um importante fator de risco

Sintomas da candidíase vaginal

O quadro clínico típico da candidíase é o prurido (coceira ou comichão) vaginal. O corrimento vaginal normalmente é brancacento, sem odor e de pequeno volume
Dor local e durante o ato sexual também são comuns. A vulva e a vagina podem apresentar vermelhidão e edema.

A disúria (ardência ao urinar) pode ocorrer e confundir com infecção urinária (cistite). A diferença está na localização. Na candidíase a dor é mais localizada na vulva, enquanto que na cistite é na saída da uretra.

O diagnóstico é feito no exame ginecológico através da identificação do fungo nas secreções vaginais.

Tratamento da candidíase vaginal

O tratamento está indicado nos casos sintomáticos. Mulheres assintomáticas e parceiros sexuais não precisam ser tratados.

O tratamento é simples e consiste em uma dose oral de antifúngico, como o Fluconazol em dose única, ou creme vaginal, que deve ser indicada pelo ginecologista. Em pacientes com imunossupressão ou infecção mais grave, o tratamento deve ser por pelo menos 7 dias.

Candidíase oral

Exceto em crianças, a candidíase oral costuma indicar algum grau de imunossupressão ou distúrbio na flora de germes normal da boca. Entre os fatores de risco estão os diabetes, uso de dentadura, doenças que causam diminuição na salivação (xerostomia) e imunossupressão, seja por doenças, drogas ou quimioterapia.

A candidíase oral associada a candidíase do esôfago é sempre um sinal de imunossupressão e deve ser investigada se a causa ainda não for conhecida.

Sintomas da candidíase oral

A candidíase oral se manifesta como lesões brancas de aspecto cremoso, na língua, parede interna das bochechas e no palato (céu da boca). O paciente se queixa de ardência, diminuição do paladar e sensação de ter algodão na boca. Quando o esôfago é acometido, o paciente se queixa de dificuldade e dor para engolir.

Fonte :http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-e-candidiase.html

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